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Millôr Fernandes: perdemos um gênio

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Quero compartilhar minha tristeza com a partida de Millôr Fernandes, (Milton Fernandes , se preferir), ele morreu aos 88 anos. Em menos de uma semana perdemos dois gênios. Chico   Anysio se foi, deixando a lacuna, depois foi Millôr. Lembrei quando morreu José Saramago   e conversando com o amigo,  escritor, crítico, professor, poeta e pesquisador da obra e vida de José Saramago,   Pedro Fernandes de Oliveira Neto, tentando consolá-lo disse uma frase idiota, típica de   quem não entende o valor de um ser humano como Saramago e Millôr, disse que ele tinha   feito muito e que já estava no momento de partir para dar espaço para novos escritores   com novas ideais e visões do mundo.  Eu errei, assim como estes mestres, Millôr fica na   imortalidade e será sempre insubstituível, assim contrariando a visão de mundo vigente.          Millôr não era hipócrita, dizia a verdade nua e crua, sem medo, com medo talvez, e assim   se tornara ainda mais criativo.  Na ditadura mi